Uma vez mais a cáfila que infecta o ministério da instrução, essa gangrena nacional, arma barraca com os exames. Vá lá que ainda há exames, mas será que os tipos são totalmente incapazes de fazer as provas sem asneiras? Este ano, e além de novamente vir disparate grosso numa das perguntas da prova de Química (disciplina em que manifestamente não conseguem acertar), houve um teste de História que também trazia fava rija. Deste último quase não se fala, mas no que respeita ao primeiro já está a haver alarido, como seria de esperar. O que resolveu a Sr.ª sinistra? Simples. Eliminar a pergunta asnática e multiplicar a nota de todos os candidatos por um factor que supostamente terá sido fixado em razão da cotação que tinha a pergunta obliterada. Previsivelmente, uma data de refilões pouco dados a contemporizações e talvez obscuramente ligados à oposição, protesta e aponta as evidentes injustiças daí resultantes. Um político da oposição (certamente feito com os refilantes) exige apuramento de responsabilidades e vai perguntando se nesse estábulo chamado Ministério só há processos para quem profira piadinhas sobre o primeiro sinistro. A Sr.ª sinistra, essa, diz que são só uns quantos os protestantes e, pasme-se, que o planeamento e execução das provas foi um sucesso de 99,99%, acrescentando que "não aceita críticas nessa matéria" (ver tudo aqui).
Nem nessa matéria e nem noutras, a julgar pelo caso do tal professor Charrua (a nota de culpa, acusação ou lá o que é, no processo disciplinar, já circula por aí, mas em PDF - não consigo fazer link - e garanto que é uma pérola...). De resto, a moda pegou, nesta coisa que temos por governo desta coisa a que ainda chamamos país. Agora é o da saúde, que no intervalo de se preparar para nos roubar à grande e à francesa, deu em meter-se com demissões por causa da afixação, num centro de saúde, de um cartaz (fotocópia de notícia de jornal) sobre afirmações suas (dele, sinistro) quanto a nunca ter posto os pés... num centro de saúde! (ver tudo aqui).
No tempo do velho das botas, esse mesmo, o do fassismo, não havia bicho careta de repartição que não botasse piadas sobre o regime, a situação e os seus áulicos. A chufa pronta da Sr.ª Ermelinda do PBX ou a gracinha intelectual do Sr. Professor da anatomia, fossem acerca do Salazar e da Sr.ª D.ª Maria, fossem sobre as conversas em família, eram uma garantia de normalidade e não inquietavam a tenebrosa Pide, ocupada com coisas mais sérias. Os visados, esses e todos os mais pela cadeia hierárquica abaixo, tomavam a coisa por um dado adquirido; uma fatalidade, aliás benigna, e diz-se que o próprio Salazar gostava de saber quais as anedotas que sobre a sua pessoa corriam. Agora não. Agora gozamos a liberdade e a democracia a que temos direito, propinada pelo PS e pelos labregos ferozmente incompetentes que alçou a ministros na Nação. O socialismo no seu esplendor de incompetência atroz e mesquinha tirania de cabo-de-esquadra, pela mão dos mesmos que, fosse outro partido o da brincadeira, estariam há muito aos gritos histéricos pela democracia em perigo e a apelar a indignações, desobediências e revoltas. Porque a liberdade é deles, que a interpretam autenticamente. Repito que por muito menos do que isto produziu-se em Portugal um infame golpe que nos livrou do Santana para nos ofertar o Pinto de Sousa dos diplomas falsos.
4 comentários:
Comentar para quê está tudo no postal !!!
Torquemada Suave
BIG BROTHER IS WATCHING YOU
É sempre um prazer.
Parabéns, kzar! Excelente texto, diagnóstico correcto do estado a que isto chegou. Politicamente parece que vivemos num universo paralelo daqueles onde acontece tudo ao contrário e os piore da comunidade chegam ao poder levando-se uns aos outros como se fossem uma enorme onda de medíocres. Este é, sem dúvida, o pior governo do pós 25 de abril. Ao pé destes até o camarada vasco era um intelectual.
Mefistófeles (tapor)
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