Parece que a coisa interessa pouco. Ontem foi referida no noticiário da meia noite da SIC Notícias, depois das intermináveis reportagens da bola, dos acidentes de viação e assuntos que tais.
Ao fim de anos e anos, um governo de Portugal lá tratou de vender a barragem de Cahora Bassa a Moçambique. O preço ajustado com o Estado moçambicano representa cerca de 10% do valor que o Estado português ao longo dos anos enterrou na dita barragem, mas vá lá, antes isso do que continuar a enterrar lá dinheiro - pelo menos alguma coisa se recuperava.
O preço combinado foi de 950 milhões de dólares, a pagar em duas "tranches", mas, e aqui é que é preciso atenção, o nosso querido governo, esses senhores que destilam competência e nos espremem até ao tutano em nome da contenção da despesa (que não é feita) e da necessidade de recita pública (que não pára de crescer à custa do famélico contribuinte), esqueceram-se, ouçam bem, esqueceram-se, ou não lhes pareceu relevante a questão, de prevenir a variação do dólar face ao euro; tal matéria não terá sequer sido focada nas negociações.
Resultado: com o dólar a cair a pique há meses, os moçambicanos pagaram, em dólares claro, que foi o combinado, e a República perdeu (além do que já não esperava de modo nenhum recuperar...) mais cerca de 160 milhões de euros!
A notícia foi dada lá para o fim do telejornal e não parece que haja ou vá haver escândalo. O assunto não tem relevo jornalístico e ninguém pede demissões de ministros só por errozitos como este.
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