Cícero, denunciando Catilina no Senado

Cícero, denunciando Catilina no Senado

08 maio, 2007

Adail Baquis (in the house)

"Eu sei que por vezes dramatizo demais determinadas questões, mas a questão política neste momento é-me causa de certa angústia. Desde há bastante tempo que ando com uma crise de identidade política, provocada precisamente, pela incongruência dessa classe em relação à prática das suas (supostas) ideologias. Assistimos hoje (ontem) a um debate interessantíssimo sobre os quadrantes políticos de esquerda vs direita na Europa. E depois?, o que verificamos na prática? Eu pelo menos só consigo ver a escravatura do défice, da tecnocracia, num modelo educacional que tende em tornar os cidadãos seres autómatos, etc., só para citar alguns. O meu medo é que, por ter de tal forma incutido que tudo não passa de jogadas de marketing político, chegue a um ponto tal, em que não consiga distinguir um bom político de um mau politico, de um com verdadeiras preocupações sociais de outro cujas preocupações só estejam na agenda durante o período de campanha. Contudo, sou uma optimista (não ao modo “panglossiano”); quando muito, se a clivagem entre as classes sociais se acentuar, quando aos mais desfavorecidos, que perdem privilégios a cada dia que passa, lhes começarem a doer os “ossos” e já tiverem pouco a perder, isto estoura, e desenvolve-se uma maior consciencialização das necessidades sociais (nisto eu e o meu amigo Marx estamos de acordo). Ainda que, tenha plena consciência de que as “forças capitalistas” encontram sempre forma de sobreviver e estender os seus tentáculos, pois os "merlins" não desaparecerão (mas que pelo menos tenham nomes menos complicados).
Nota: não, não sou comunista nem algo que o valha, antes o fosse, pois, assim, não estaria nesta crise de identidade. Contudo, nunca faltei com o meu voto quando a isso sou chamada. "
Adail Baquis

Congratulo-te por não seres comunista nem halterofilista. Sim, um grande debate. Fiquei a saber que Miguel Portas precisa de um dentista e de uma operação urgente às amigdalas. A jornalista não desapontou. É uma sintese do ET (Extra Terrestre) com o Diogo Freitas do Amaral. Jerónimo caiu nos tentáculos implacáveis dos nossos merlins. Ficou preso aos testículos da Odete. O Dr. Adriano Moreira não desilidiu, como sempre. Uma notável licção de aritmética. Soares vive obcecado com o Bush. Um dia aparece-lhe um neo con a dar-lhe o penico a meio da noite. Dirá "não, é o hemorroidal, meu caro comparsa."

8 comentários:

Anónimo disse...

Devo transigir que fiquei deveras impressionado com a verborreia demagógica do Miguel Portas (para não falar na cavalar dentadura em assumida putrefacção em oposição à celestial brancura da placa dentária do irmão das Direitas). Devo de igual modo confessar que achei o debate paupérrimo e fui passando pelas brasas, mas sempre vigilante às lições do mestre Professor Adriano Moreira. Um verdadeiro Senhor como já há poucos na vida pública. Até aos golpes matreiros e trauliteiros de Mário Soares soube responder com uma temperança e elevação que são uma excelente lição para todos. No resto um deserto de ideias pontuado com uns míseros oásis de lugares comuns.
Torquemada Suave.

Anónimo disse...

Caro Torquemada,

Sim, o debate foi etrusco, com nuances zoológicas que não devem ser desprezadas.

Gostei muito da:

"Quero ver onde coloca o Papa?" (Adriano diz a Mário)

O Prof. esteve sozinho. Lúcido. Claro. Aquela da regionalização foi linda.

O "eles" (eua) paranóico de Soares é revelador. Qualificou, muito relutantemente. "Eles" são os 300 milhôes e os "eles" são responsabilizados por tudo o que se passa na América Latina, incluindo os padrões erráticos de migração da arvéola da patagónia. Só visto.

Devo confessar que o respeitinho que Portas mostrou pelo Sr. Prof. Adriano Moreira ficou-lhe bem. Não posso com Louçã, mas consigo sentir algum respeitinho por Portas. Dentro daquela congregação de padrecos que é o inefável bloco é o único que eu respeito: demonstrou seriedade quando, no pros e contras, apresentou os resultados da sua visita ao médio oriente. Ele sofre de uma obsessão compulsiva com a justiça fiscal. Não é de agora. Mas esquece-se do resto. Infelizmente, o debate enveredou por uma dicotomia: justiça social Vs. criação de riqueza quando a questão verd interessante é saber como se pode aumentar a produtividade sem gerar caos político. A "fórmula" existe. Não é nova, apesar de não ser fácil de implementar. São cinco anos de sacrificios! Este é um imperativo estrutural, mas os egos e os dramas partidários...transformaram... uma (possivel) constatação numa contestação de either-or.

A proposta do Rangel é antiquada. O PSD está mal, muito mal. Aquela conversa de atrair investimento com baixos impostos é o pior dos modelos. Não interessa nadinha. Além de ser quase impossivel de legitimar é, também, indesejável.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Cinco anos é o período de gestação minimamente aceitável para se apurar uma casta para produzir Tinto de qualidade superior. Durante tal período a vinha é sustentada apenas para que a uva apodreça no chão de onde germina a videira. Significa isto que para grandes Glórias são sempre necessários grandes sacrifícios. O resto são tretas.
Torquemada Suave

Anónimo disse...

ora bem

:)

Kzar disse...

A pricípio, seduzido pela oportunidade de ouvir o Sr. Professor Adrano Moreira, lá fui aturando os dislates do Sr. Miguel Portas. Até gostei de ouvir um esforçado rapaz do PSD, que parece coisa esperta. Quando porém botou faladura um ser rotundo e decrépito que pou lá estava igualmente, virei logo de canal e entretive-me no odisseia com uma coisa sobre a reprodução de já não sei que animalejos. Não há no mundo engodo que me faça ouvir por um só segundo aquele ser repulsivo que há já anos resolvi banir da minha existência. Até fui votar no camarada alegre convicto de que com isso atirava mais uma pázada na tardia inumação da criatura.

Anónimo disse...

O único "flash" que apanhei foi o Portas a perorar sobre a "flexisegurança" (enquanto o "ork" ressonava ou ao menos condescendia com os dislates da juventude), nomeadamente referindo que a "flexi" absorvia toda a "segurança" e que, portanto, era uma contradição falar em "flexisegurança" (o que quer que isso seja). Eu, ignaro e confundido, desliguei a caixinha e fui dar o biberão à bebé.

Anónimo disse...

não quero ser cheesy com tacos, mas há muito que não me ria assim. Se continuar deambulando entre tapor e ocatiliniario vai me dar um trombidou vascular cerebral....

ork =ser rotundo ah ah aha hah a h ha hah a

uma pázada na tardia inumação da criatura.

Acabei de chegar de um belo repasto.
chicharros frescos, mas fritos, ...arroz de lapas e bifes de atum...(2 pessoas, para não pensarem que me encaminho a passos largos para a orkaria moribunda...)

conclusão: Prof. Adriano Moreira, olímpico e clarividente, como sempre, ofuscou os demais...



Bolas, voçês detestam o Miguelinho...coitado do rapaz! Aquela camisolinha de panasca tb não lhe favoreceu muito..e sempre que abria aquela boquinha...consegui vislumbrar o Dart Vader pendurado na epiglote...aquele homem é o sonho, ou o pesadelo, de qualquer dentista...

Anónimo disse...

caro "vita mesmo activo" corei e "recorei"... desisti logo das papaias...