A democracia divide pela via da liberdade e une pela via do consenso. Verdade absoluta? Truísmo incontornável? Talvez. Hoje, perante os nossos olhares passivos, a democracia transfigura-se. Os partidos, os ditadorzecos de junta de freguesia, os lobbies, e até os mais insípidos subservientes (assessores, escolhidos, preferidos, favoritos), vergam-se perante a nobreza inquestionável dos princípios democráticos enquanto perpetuam uma hegemonia perniciosa que pouco tem de democrática. Invocam-se os princípios, mas legitima-se a corrupção, o compadrio, a manipulação. Raros são aqueles que, apesar de fervorosos crentes no ethos democrático, atrevem-se a questionar as vulnerabilidades do dito sistema às mais diversas perversões. Importa questionar se estas vulnerabilidades surgem do interior íntimo da democracia liberal ou se resultam de forças que lhe são estranhas.
17 maio, 2007
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5 comentários:
Quando o demos não possui os requisitos mínimos de lucidez e rectidão para mandatar o exercício do kratos, não devemos possibilitar essa via. Aliás basta uma conversa de cinco minutos com o eleitor médio para argumentar, com esforço zero, contra a democracia.
Caro FMS
Era o que dizia Aristoteles: que a democracia sem a meritocracia pode auto degenerar-se. Mas não defendo uma revolução anti-democrática. Nem um idealismo democrático. A função primeira da polis é, segundo Arist, formar individuos. Mas escrevo sobre isto depois (estou com pressa...tenho um familiar á espera...jantar)
Obrigado pela visita,
Cumprimentos, VA
É que eu sou pior que vocês todos juntos. Não me sobra réstia alguma de crédito para o bom selvagem. É assim do tipo Hannah Arendt & Ayn Rand contra Godzilla.
eh ehe hee h
e quem é a-o Godzilla??? :)
RRrrrraaaau!
:D
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