Cícero, denunciando Catilina no Senado

Cícero, denunciando Catilina no Senado

30 julho, 2007

A explicação

Acabei de esclarecer o mistério. O que leva um grupo de jovens, como agora se diz, a trocar a indolência própria da idade e das férias escolares pela inauguração de um qualquer novo "recurso educativo", como agora se diz, numa qualquer escola deste sítio a que ainda se chama Portugal?
É simples. Militância, consciência política, espírito participativo na coisa pública, enfim, civismo. Jovens das duas espécies acima retratadas, entusiasmam-se com o Sr. Eng.º Pinto de Sousa, Grande e Amado Líder, e querem estar junto dele, aprovadores e agradecidos, quando aponta novos rumos à Pátria. Aquilo era tudo malta da mocidade portuguesa ou guardas vermelhos tomados de fervores serôdios da Revolução Cultural.
«Quais férias, qual quê, 'bora lá p'rá escola ó cambada», foi o que gritaram os petizes em uníssono, saboreando de antemão a antecipação do ansiado novo ano lectivo e correspondente regresso às aulas. Ou isso ou foram aprender como arranjar um diploma "simplex"; ou então alguém lhes pagou com que irem à piscina e comprarem um boné...

27 julho, 2007

Prevenção criminal

Agora percebo a pressa na aprovação e publicação da lei do aborto. Querem acabar com eles mesmo antes de nascerem.

O programa de simplorização desgovernamental


Há lá coisas que não se percebem e uma delas é a obsessão apaixonada deste desgoverno por certas classes e a sua aversão a outras. Nestas pontificam os notários. Aliciados pelo Estado para a privatização, fizeram-no de modo singularmente bem sucedido, seja absorvendo sem sobressaltos cerca de 450 funcionários que transitaram do serviço público (cerca de 30% dos cerca de 1500 funcionários que se ocupam nos cartórios de 349 notários privados), seja tornando os serviços efectivamente muito mais eficazes, como é por todos reconhecido. Estranhamente, o mesmo Estado que incentivou a privatização não se coíbe, traiçoeiramente e desde há algum tempo a esta parte, de progressivamente esvaziar de conteúdo as funções próprias daqueles profissionais, antevendo-se já dramas os mais sortidos para os elementos da classe. O culpado, já se sabe, é o Simplex, esse irritante (a mais de inconstitucional de acordo com o constitucionalista Gomes Canotilho) programa de simplorização de que este desgoverno tanto se ufana.
Não menos curiosa é a fixação amorosa do mesmo desgoverno por outra classe, que nasceu de um programa sem nome, mas que se poderia, com propriedade, chamar Complex: o regime da acção executiva, que se bem não seja da autoria da agremiação do Sr. Pinto de Sousa, é por ela mantido ciosamente em estado de perfeita imutabilidade. O resultado, todos o conhecem, ao menos aqueles que têm uma empresa com dinheiros por fora ou os que por razões profissionais diariamente se vêm na triste contingência de ter que lidar com um articulado legal que é uma espécie de puzzle com 10000 peças: descalabro em matéria de cobrança de dívidas, com prejuízos incalculáveis para a economia do país; emergência de fenómenos perniciosos como o das “cobranças difíceis”; descredibilização sem paralelo do poder judicial; aparecimento de uma nova classe forense – os solicitadores de execução – cuja ineficiência só tem paralelo na voracidade pelo conteúdo da algibeira do utente do sistema, etc.
Por isso, se o Sr. Pinto de Sousa pretende acabar com o notariado privado e se pretende que o poder do Estado em fazer cumprir uma decisão judicial ou outro título não seja uma mera proclamação de princípio, tem um caminho fácil: troque os notários privados pelos solicitadores de execução. Aqueles são eficientes e a troca obstaria à sua falência; os últimos são ineficientes, mas já estão ricos.
(*) foto tirada do tugir.blogspot

26 julho, 2007

A função



Então, diz a sotora deputada regional da Madeira que “[a] função das mulheres é, precisamente, a da procriação”? Não será isso um pouco redutor? E coser meias? E a cozinha? E dispor-se a levar porrada sempre que o Benfica perde? Hem? Onde encaixa a senhora deputada estas funções fundamentais, profundamente inscritas no etograma feminil?

A preguiça


Não, o blogue não se finou. Os escribas – que não são profissionais da blogosfera – é que estão estafados, perto da linha da meta, mesmo antes das mais do que merecidas férias. É só isso. Neste período, a postagem será lenta, arbitrária, arrítmica e ainda mais descerebrada do que o costume, como é de esperar na silly season.


* Imagem surripiada do geraldosempavor.blogspot.com

04 julho, 2007

Happy Birthday


Animals Farm


Primeiro foi o caso do professor Charrua, depois o do blogger Balbino Caldeira, depois o do Centro de Saúde de Vieira do Minho, depois o da Sub-Região de Saúde de Castelo Branco e agora o dos manifestantes anti-Sócrates em Guimarães. Já se sente por aí muita insatisfação e indignação. Imagino o que não seria se este fosse um governo de direita.

02 julho, 2007

E por falar em Açores e em folia...



Este fim-de-semana, numa caminhada entre a Lagoa do Fogo e as Lombadas pelo chamado Trilho dos Cachaços.