Cícero, denunciando Catilina no Senado

Cícero, denunciando Catilina no Senado

07 dezembro, 2007

Liberais, procuram-se!

O liberalismo tem várias tendências, é certo. As correntes teóricas do liberalismo parecem não inspirar as correntes políticas "liberais" que conquistaram proeminência no nosso país. A confluência entre as duas correntes escasseia, não existe uma complementaridade salutar entre a elaboração teórica e o debate público. Sempre que ouço falar em liberais portugueses fico com a sensação de que estes nossos compatriotas: 1) desconhecem por completo as correntes do liberalismo ou 2) usam-nas como camuflagens de um conservadorismo enfadonho. Refiro-me, evidentemente, aos debates que têm agitado a blogosfera portuguesa aqui e aqui.
Qualificação: alguns, a meu ver, conhecem o liberalismo contemporâneo. A maioria, contudo, não conhece.

2 comentários:

Anónimo disse...

Por vezes julgo que o problema dessa rapaziada é, de um certo ponto de vista, o contrário do que dizes, caro VA. Muitas vezes andam é demasiado preocupados em colar a si ou aos outros uma determinada etiqueta, esquecendo-se que não é por trocarem de etiquetas que a substância muda.

Anónimo disse...

Caro Neo,

Eu, nestas coisas, sou um pouco platonista: acredito que as etiquetas, que não são essências (o patao diria que sim) referem-se a determinadas posturas e ideologias, a maior parte delas perfeitamente legítimas, como é evidente. Ou seja, as coisas são complexas mas também são inteligíveis. Nada de espirais pós-modernas por aqui! Poderá parecer bizarro mas a discussão a que me referi relembrou-me um célebre livrinho do Adorno, The Authoritarian Personality, uma verdadeira pérola.

Portanto, caro Neo, concordo contigo: trocam-se as etiquetas mas o que é argumentado...?? Se isto é verdade, e acredito que seja, até um certo ponto (não me vou armar em niilista e dizer que está tudo perdido) estamos perante um imbróglio descritivo porque temos relações contraditórias entre conceitos e percepções que só podemos descrever-interpretar em termos (quase?) paradoxais.(nestes casos) É por esta razão que nestas coisas eu gosto muito do pragmatismo americano: preocupa-me mais o que as pessoas fazem e menos os que as pessoas pensam. (como critério analítico e descritivo, meramente. Não como filosofia de vida, evidentemente..seria um tanto ou quanto árido)

É possível que esteja completamente errado.

Obrigado pelo comentário Neo.

Cumrimentos, VA